Gênero: Drama Histórico
Duração: 100 minutos
Lançamento: 1972
País: Brasil/Itália
Direção e Roteiro: Joaquim Pedro de Andrade
Fotografia: Pedro de Moraes e Antônio Ventura
Canções: Aquarela do Brasil, Ari Barroso e Farolito, Agustín Lara e João Gilberto
Elenco: José Wilker, Luis Linhares, Paulo César Peréio...
Adaptação das obras "Autos da devassa", de Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto, e em "O romanceiro da Inconfidência", de Cecília Meireles.
INFO:Parece fazer um certo tipo de sátira oculta ao regime autoritário da ditadura militar, um filme que contrapõe a um outro filme do mesmo ano (como o caso dos Lúcio Flávio), o ultra-nacionalista "Indepêndencia ou Morte" que celebrava os 150 anos da independência do Brasil de forma heróica e muito otimista.
Filmado em Ouro Preto, retrata os tipos que compunham os inconfidentes poetas, grandes proprietários e populares. Caso do alferes Tiradentes que junto com "os inconfidentes" foi delatado pelo pilantra Silvério que "chupa" a côrte portuguesa no Brasil. Um destaque muito interessante são os diálogos que foram versificados em linguagem poética belíssima condizente com o estilo da época.Filme extraído de VHS original, com excelente qualidade de áudio e vídeo.
1973 - Troféu APCA - Categoria: Melhor Filme
"A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta de natureza separatista abortada pela Coroa portuguesa em 1789, na então capitania de Minas Gerais, no Estado do Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português.
Na segunda metade do século XVIII a Coroa portuguesa intensificou o seu controle fiscal sobre a sua colônia na América do Sul, proibindo, em 1785, as atividades fabris e artesanais na Colônia e taxando severamente os produtos vindos da Metrópole. Desde 1783 fora nomeado para governador da capitania de Minas Gerais D. Luís da Cunha Meneses, reputado pela sua arbitrariedade e violência. Somando-se a isto, desde o meado do século as jazidas de ouro em Minas Gerais começavam a se esgotar, fato não compreendido pela Coroa, que instituiu a cobrança da "Derrama" na região, uma taxação compulsória em que a população deveria completar a cota imposta por lei de 100 arrobas de ouro (1.500 quilogramas) anuais quando esta não era atingida.
Estes fatos atingiram expressivamente a classe mais abastada de Minas Gerais (proprietários rurais, intelectuais, clérigos e militares) que, descontentes, começaram a se reunir para conspirar. Entre esses descontentes destacavam-se, entre outros, os poetas Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, os coronéis Domingos de Abreu Vieira e Francisco Antônio de Oliveira Lopes, os padres José da Silva e Oliveira Rolim e Carlos Corrêa de Toledo, o cônego Luís Vieira da Silva, o sargento-mor Luís Vaz de Toledo Pisa, o minerador Inácio José de Alvarenga Peixoto e o alferes Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de "Tiradentes".
A conspiração pretendia eliminar a dominação portuguesa das Minas Gerais e estabelecendo ali um país livre. Não havia a intenção de libertar toda a colônia brasileira, pois naquele momento uma identidade nacional ainda não havia se formado. A forma de governo escolhida foi o estabelecimento de uma República, inspirados pelas idéias iluministas da França e da recente independência norte-americana. Destaque-se que não havia uma intenção clara de libertar os escravos, já que muitos dos participantes do movimento eram detentores dessa mão-de-obra.
Entre outros locais, as reuniões aconteciam em casa de Cláudio Manuel da Costa e de Tomás Antônio Gonzaga, onde se discutiram os planos e as leis para a nova ordem, tendo sido desenhada a bandeira da nova República, – uma bandeira branca com um triângulo e a expressão latina Libertas Quæ Sera Tamen - , cujo dístico foi aproveitado de parte de um verso da primeira égloga de Virgílio e que os poetas inconfidentes interpretaram como "liberdade ainda que tardia".
O governador da capitania de Minas Gerais, Luís António Furtado de Castro do Rio de Mendonça e Faro, Visconde de Barbacena, estava determinado a lançar a derrama, razão pela qual os conspiradores acertaram que a revolução deveria irromper no dia em que fosse decretado o lançamento da mesma. Esperavam que nesse momento, como apoio do povo descontente e da tropa sublevada, o movimento fosse vitorioso.
A conspiração foi desmantelada em 1789, ano da Revolução Francesa. O movimento foi traído por Joaquim Silvério dos Reis, que fez a denúncia para obter perdão de suas dívidas com a Coroa. O Visconde de Barbacena mandou abrir em junho de 1789 a sua Devassa com base nas denúncias de Silvério dos Reis, nas de Basílio de Brito, Malheiro do Lago, Inácio Correia Pamplona, tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, Francisco Antônio de Oliveira Lopes, Domingos de Abreu Vieira e de Domingos Vidal de Barbosa Laje. Os réus foram sentenciados pelo crime de 'lesa-majestade'." Wikipédia
Filmes que retratam a Inconfidência Mineira e Indepência do Brasil (em DVD):1957 - Rebelião em Vila Rica
1972 - Os Inconfidentes
1972 - Indenpendência ou Morte - Tarcísio Meira e Glória Menezes
1977 - O Mártir da Independência: Tiradentes
1984 - Marquesa de Santos (Minissérie)
1995 - Carlota Joaquina, Princesa do Brasil
1999 – Tiradentes – Humberto Martins
História do Brasil por Boris Fausto - Desde a Colônia - 02 DVDs