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[SEBO] Livro: Coleção - Trópico & - Conferências - 1974-1979

Título: Trópico
Tipo: Coleção de Livros
Gênero: Seminários e Conferências
Lançamento: 1974-2000
Local: Recife
Direção: Fundarpe / Fundaj
Autores: Gilberto Freyre, Nelson Saldanha, Edson Nery da Fonseca, Bezerra Coutinho, Vamireh Chacon, intelligentsia recifense em geral.

COLEÇÃO - 04 VOLUMES













INFO:
Total de 04 (quatro) volumes em estado de conservação variado.


SUMÁRIO

Prefácio: Gilberto Freyre

Reunião Preparatória
Membros Efetivos do Seminário de Tropicologia durante o ano de 1968
Participantes extraordinários durante o ano de 1968
Membros Efetivos do Seminário de Tropicologia durante o ano de 1968 — Informes Biográficos

I Reunião: LÍNGUA, LITERATURA E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Escritor Osmar Muniz Pimentel
Comentários: Escritor Virginius da Gama e Melo, Crítico Leônidas Câmara
Debates

II Reunião: INSTITUIÇÃO MILITAR E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Historiador Social Aurélio de Lyra Tavares
Comentários: General Antônio Carlos Muricy, Historiador Social Jordão Emerenciano
Debates

III Reunião: ENERGIA SOLAR E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Fisico-Matemático Cario Borghi
Comentários: Jurista-Sociólogo Nelson Saldanha, Engenheiro Jônio Lemos
Debates

IV Reunião: DESPORTO E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Sociólogo João Lyra Filho261
Comentários: Médico Gilberto de Macedo, Educador Manoel Costa Cavalcanti
Debates


Publicando o terceiro volume dos Anais do seu Seminário de Tropicologia, a Universidade Federal de Pernambuco tem o orgulho de fazer conhecer o registro das experiências, conhecimentos, sensibilidades e opiniões dos mestres — técnicos, humanistas, artistas, cientistas, homens públicos — que, em 1968, se reuniram nesse Seminário inspirado, criado e coordenado por Gilberto Freyre, para, sem sisudez desnecessária e em espírito da mais elegante e cordial colaboração acadêmica, debaterem problemas e indagações do homem dos Trópicos. Questões que vão da estética à saúde; da física nuclear ao lazer. Problemas práticos da mais imediata urgência para a região; inquietações do espírito da mais alta significação especulativa. Conferências, debates, sugestões que, não fosse o registro em livro, se perderiam no passageiro dos encontros, ou, quando muito, restariam depositadas só na memória de uns poucos. Porque, como é sabido, é de se imaginar a existência, por assim dizer, de duas ciências. Uma, estática: a ciência cristalizada nos tratados, nos manuais, ciência já do passado no momento mesmo em que estabelecida nos compêndios. A outra, dinâmica: a ciência doa laboratórios, da pesquisa constante, dos debates, das conversas, das opiniões muitas vezes ou quase sempre heterodoxas, heréticas mesmo, em relação à ciência estabelecida. Sa tal distinção fosse legítima, essas duas supostas ciências seriam, é claro, interdependentes. Mas, a rigor, só existe mesmo uma ciência: a que avança, a que se faz dia a dia. É o que se tem feito nesse Seminário, no qual, em completa harmonia com o ideal do seu modelo — o Tannembaum modificado em pontos essenciais no Recife, — são apresentadas e discutidas idéias as mais fecundas e pertinentes para a ciência do homem destas regiões, que, não fosse a oportunidade desses encontros, permaneceriam talvez entesouradas no universo puramente subjetivo das mais íntimas perquirições das inteligências que animaram esses colóquios, concorrendo para a sistematização em nova ciência, de que o Brasil é hoje líder, de estudos despersos. E é assim que não se compraz com as esquematizações, simplificações e ortodoxias confortáveis da ciência estabelecida, mas, com orgulhosa e oportuna ousadia, avança para além delas todas, na paciente construção de uma ciência, de um conhecimento rigorosamente vasto e profundo do homem dos Trópicos, seus problemas, suas peculiaridades, idiossincrasia», não apenas nos modos de convivência, mas, também, nos seus aspectos naturais. Sem dúvida, o registro das reuniões desse Seminário é o registro de uma ciência — ciência que está tendo no Brasil o seu principal foco de elaboração — a Tropicologia — aqui tomada sem estreitezas positivistas, sem supostas oposições ao humanismo, à sensibilidade e mesmo ao artístico. Nova síntese de saberes que caminha por fora e para além de conhecimentos “prontos”, de noções acondicionadas e esterilizadas em fórmulas de “ciência” estática. SEBASTIÃO VILA NOVA (Sociólogo do IJNPS, Professor de Sociologia da UNICAPE)


SUMÁRIO

Prefácio: Economista Clóvis de Vasconcelos Cavalcanti

Membros Efetivos e Participantes Extraordinários do Seminário de Tropicologia durante o ano 1970
Membros Efetivos do Seminário de Tropicologia du¬rante o ano de 1970 — Informes Biográficos
Participantes Extraordinários do Seminário de Tropi¬cologia durante o ano de 1970 - Informes Biográficos

Reunião Preparatória
Apresentação
Conferência: Magnífico Reitor da Universidade Fede¬ral Rural de Pernambuco Agrônomo Adierson Azevedo. Homenageado Ministro José Américo de Almeida

I Reunião: CIÊNCIA POLÍTICA E PAÍSES TROPICAIS
Apresentação
Conferência: Intemacionalista, Jurista e Parlamentar Afonso Arinos de Melo Franco
Comentários: Intemacionalista e Militar Clóvis Wanderley, Geógrafo Gilberto Osório de Andrade
Debates

II Reunião: LIVRO ESCOLAR E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Sociólogo Roberto Mota
Comentários: Magnífico Reitor da Universidade Católica de Pernam¬buco, Educador Potiguar Figueirêdo Matos, Educadora Graziela Peregrino
Debates

III Reunião: EDUCAÇAO MÉDIA E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Educadora Maria Antonia Mac Dowell
Comentários: Líder Religioso e Educador Pe. Luiz Gonzaga de Brito, Educador Carlos Maciel
Debates

IV Reunião: OLHOS E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Oftalmologista Sylvio Paes Barreto
Comentários: Pintor Arraldo Baldine
Debates



Ninguém mais do que o sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre — que, diga-se de passagem, se considera principalmente escritor — tem estudado o homem brasileiro. Não somente o do Nordeste, mas o dos vários Brasis, em geral, e mais do que isso, o do Trópico ou o dos Trópicos.

Seu Casa Grande & Senzala, traduzido em diversas línguas e hoje livro universalmente reconhecido como indispensável ao estudo da sociologia e da antropologia, foi o primeiro passo com que iniciou estes seus estudos, seqüenciado por Nordeste, Sobrados e Mocambos e demais obras que vem publicando, quer explorando novos temas, quer complementando ou mesmo ampliando assuntos que foram enfocados de raspão na sua obra mestra cujo tema-base é a formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Qualquer que seja o assunto ligado ao brasileiro do Norte-Nordeste Gilberto Freyre já estudou, já enfocou, já dissecou à luz da antropologia.

Homem de intensa atividade intelectual, Gilberto Freyre nunca foi de parar. Livros novos, conferências no país e no estrangeiro, artigos, ensaios publicados nas mais categorizadas revistas do mundo inteiro, são produtos de seu espírito jovem e sempre atualizado em relação do homem de hoje e de amanhã, conforme seu Além do Apenas Moderno, com suas sugestões em torno de possíveis futuros do homem, em geral, e do homem brasileiro, em particular. .Livro que tem a mesma força de Casa Grande & Senzala.

Depois de Casa Grande & Senzala bem que Gilberto Freyre poderia cruzar os braços e permanecer no pedestal da glória. Mas, este não é seu feitio. Gilberto Freyre lê e escreve diariamente. Prêmios nacionais e estrangeiros, honrarias, consagrações, convites para exercer funções ministeriais ou para ocupar cátedra nas mais tradicionais universidades dos quatro cantos do mundo não conseguiram modificar sua simplicidade, o calor humano que irradia, seu sorriso franco de cabeça inclinada, seu olhar ausente como de sonhador, sua palavra amiga de encorajamento aos jovens que o procuram

Eleito deputado federal pelos estudantes pernambucanos nunca foi um ausente, nunca usou seu mandato como um emprego, como uma sinecura. Defendeu, com todas as forças, os interesses e as aspirações de Pernambuco e do Nordeste. Sua atuação na Câmara Federal culminou com a apresentação do projeto que justificou e criou o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais que sempre teve como objetivo o estudo dos problemas sociais relacionados direta e indiretamente com a melhoria das condiçõés de vida do trabalhador brasileiro, inclusive do pequeno lavrador das regiões agrárias do Norte-Nordeste, sua área de ação Instituto que continua sendo, durante toda a sua vida; a menina de seus olhos.

Na sua paixão pelos estudos do homem situado nos trópicos, do homem brasileiro, do homem do Norte-Nordeste em particular, mas não exclusivamente, não parou com a criação do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Gilberto Freyre não é somente um estudioso apaixonado dos problemas desse homem e desse Norte-Nordeste; ele é, antes de tudo, um filho da região que é o tema de alguns dos seus estudos de sua sociologia, aliás tão ecumênica ao mesmo tempo que tão ecológica. Daí sua adoração pelas mangueiras, pelos jambeiros, pelas pitangueiras e por outras frutas tropicais existentes no seu pomar de Apipucos, no Recife. Daí gostar, como ninguém, de um bolo Souza Leão, de um doce baba-de-moça, de uma buchada com um cálice da-que-matou-o-guarda, de um refresco de mangaba, de uma pamonha de milho e de um pé-de-moleque nos tempos de São João, de deliciar-se — colhida na hora e ainda com o orvalho da madrugada — com as gostosas mangas rosas pernambucanas que transformaram multo engenheiro da Great Western em meninos glutões.

Quando menos se esperava, Gilberto Freyre apareceu com outra idéia. Agora não era somente o homem da região Norte-Nordeste, ou dos Brasis, e da Ibéria, o objetivo de seus estudos. Agora era o habitat, o clima, a flora, o meio de transporte do homem situado no Trópico: a Tropicologia, que a Sorbonne consagrou oficialmente como “uma das suas grandes contribuições para o Universo das Ciências do Homem". Reuniu e continua reunindo, todos os meses, os mais exponenciais nomes da cultura brasileira e por vezes estrangeira para, nas sessões do Seminário de Tropicologia, da Universidade Federal de Pernambuco, debater os mais importantes problemas do homem situado no Trópico.

Aqui estão os trabalhos apresentados e os debates travados no decorrer do ano de 1970, no Seminário de Tropicolooia da Universidade Federal de Pernambuco sób a orientação de Gilberto Freyre. Os assuntos são os mais sugestivos que se possam imaginar: Ciências Pnlíticas e Países Tropicais, Livro Escolar e Trópico, Educação Média e TrÓDico. Olhos e Trópico, Cidade e Trópico, Fruticultura e Trópico, Comunicação e Trópico, Marinha e Trópico. Os conferencistas não necessitam de apresentação: Afonso Arinos de Melo Franco, Manuel Diégues Júnior, Sílvio Paes Barreto, Maria Antônia Mac Dowell, Roberto Mota, Miguel Vita, Manuel Caetano de Andrade e Jordão Emerenciano. E os debatedores? Nem é preciso falar neles, de tão brilhantes que são. MÁRIO SOUTO MAIOR


SUMÁRIO

Prefácio: Roberto Motta
Membros Efetivos no Ano de 1972
Participantes Extraordinários no Ano de 1972

Reunião Preparatória
Apresentação
Conferência (Da Sociologia à Tropicologia): Escritor Luiz Delgado

I Reunião: SANEAMENTO E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Engenheiro Sebastião Barreto Campello
Comentários: Engenheiro Antônio Figueiredo, Médico-Tropicalista Ruy João Marques
Debates

II Reunião: SOLOS E TRÓPICO
Apresentação 93
Conferência: Agrônomo Eudes Souza Leão Pinto
Comentários: Engenheiro Ângelo José Costa, Economista Cláudio França
Debates

III Reunião: VIA FÉRREA E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Engenheiro Emerson Jabotá
Comentários: Engenheiro Luiz Collier, Etnógrafo Mário Souto Maior
Debates

IV Reunião: OS ESTUDOS DE PÓS-GRADUAÇAO NO BRASIL E OS ASSUNTOS TROPICAIS

Apresentação
Conferência: Economista Dorival Teixeira Vieira
Comentários: Ecóloga Leda Labanca, Escritor Virginius da Gama e Melo,
Debates

V Reunião: ILUMINAÇÃO E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Engenheiro Antônio Ferreira de Bragança Filho
Comentários: Engenheiro Neuzildo Seabra, Engenheiro Enandro Menezes
Debates

VI Reunião: FAVELA E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Sociólogo José Arthur Rio
Comentário: Advogado João Domingos Pessoa Guerra, Debates

VII Reunião: A ANTROPOLOGIA DA COMUNICAÇÃO E A CULTURA EUROTROPICAL DO BRASIL
Apresentação
Conferência: Antropólogo Egon Schaden
Comentários: Antropólogo René Ribeiro, Sociólogo-Comunicólogo Roberto Martins
Debates

III Reunião: MÓVEL E TRÓPICO
Apresentação
Conferência: Colecionador Benício Dias
Comentário: Jornalista José de Souza Alencar
Debates

Deve-se a sugestões, estímulos e à orientação geral de Gilberto Freyre — da qual sempre fez parte a importância atribuída ao homem ecologicamente situado, ao homem tropical — a criação do Seminário de Tropicologia em 1966, no âmbito da Universidade Federal de Pernambuco. Realizam-se mensalmente as sessões, durante o ano letivo. Discutem-se não só as questões aparentemente mais atuais, como todos os problemas de alguma maneira ligadas à compreensão do binômio homem-trópico ou talvez melhor do trinômio homem—trópico—história. Adota-se perspectiva à primeira vista eclética na seleção de temas e nos convites a conferencista e debatedo-res. Pois a Tropicologia foge a todo essencialismo, repudia o gosto unilateral pelas abstrações. Sua orientação é concreta e existencial. Retoma contacto com a visão dos velhos filósofos franciscanos nominalistas; com o empirismo de descobridores, poetas, historiadores, cientistas, luso-tropicais ou hispano-tropicais. A seu modo, descende de Camões e do seu «saber de experiência feito».

Prende-se ainda ao melhor que existe no hoje em dia quase banido relativismo cultural da antropologia cultural e social anglo-americana (à qual não faltavam — pense-se em Boas — raízes nas melhores tradições de saber germânico). Não deixa de ter pontos de contacto com a abordagem filosófica dos existencialistas. Sem que porém se possa explicar, nem muito menos reduzir, a tais afinidades ou pontos de contacto. Pois a Tropicologia é criação brasileiríssima, como brasileiríssima é a dinâmica do Seminário de Tropicologia, sobre o qual se tem exagerado — e muito — a influência do tipo de «University Seminar» da Universidade de Colum-bia em Nova Iorque, um dos quais, o «Brazilian Seminar», muito tempo dirigido pelo grande conhecedor do Brasil e da obra de Gilberto Freyre que foi o Professor Frank Tannenbaum. E tempo já para que se coloquem os pontos nos ii em matéria em que podem enganar-se os desavisados, sujeitos ao fascínio, às vezes um tanto servil, de nomes de pessoas e instituições estrangeiras, principalmente, hoje em dia, da América anglo-saxô-nia.
A abordagem do Seminário, como se verificará pelo conteúdo destes anais, possui caráter eminentemente interdisciplinar, procurando as mais diversificadas dimensões do homem brasileiro, através de conferências, discussões e debates, nas quais porém nunca se omite a preocupação do homem brasileiro em sua ecologia, em seu habitat tropical.

Tropicologia significa humanismo, humanismo do homem concreto, que é o único homem real. Disso trata, no prefácio a este volume dos anais do Seminário de Tropicologia, o antropólogo Roberto Mota. Sua contribuição, muito lúcida, muito aguda, com certeza marcará época na evolução dos estudos tropicológicos e não poderá, depois de publicada, ser ignorada por quantos de boa fé planejem voltar-se para a disciplina, que já não se pode mais considerar simplesmente «em formação», representada pela Tropicologia. E dele que procede a seguinte citação:

«A Tropicologia implica todo um humanismo. Significa a libertação do homem do confinamento em apenas um dos modos da sua realização no tempo e no espaço. E um humanismo que reencontra o humano no caleidoscópio, no arcoíris da sua diversidade.» FÁTIMA QUINTAS

SUMARIO

Prefácio: Roberto Motta

Membros Efetivos durante o Ano de 1973
Participantes Extraordinários durante o Ano de 1973

I Reunião: DECORAÇÃO E TRÓPICO
Janete Costa (conferencista)

II Reunião: CONDICIONAMENTOS FÍSICOS E TRÓPICO
Carlos Chagas Filho (conferencista); Nelson Chaves e Aluízio Bezerra Coutinho (comentadores)

III Reunião: TECNOLOGIA E TRÓPICO
Arnaldo Barbalho (conferencista); Vamireh Chacon e Paulo Gustavo de Araújo Cunha (comentadores)

IV Reunião: RIOS E TRÓPICO
Rachel Caldas Lins (conferencista); Germano Schnaider e Mário Lacerda (comentadores)

V Reunião: ESCULTURA E TRÓPICO
Marcelo Santos (conferencista); José Luiz Menezes e André Carneiro Leão (comentadores)

VI Reunião: CAMPUS UNIVERSITÁRIO E TRÓPICO
Zildo Sena Caldas (conferencista); Expedito Fonseca e Roberto Motta (comentadores)

VII Reunião: CONSERVAÇÃO DE BIBLIOTECAS E ARQUIVOS E TRÓPICO
Edson Nery da Fonseca (conferencista);- Fernando Pio e Joel Pontes (comentadores)

VIII    Reunião: “PLAYGROUNDS” E TRÓPICO
Carmen Monteiro Freitas (conferencista); Gladstone Vieira Belo e José Luiz Barreira Filho (comentadores) 261

IX    Reunião: GINÁSTICA HIGIÊNICA E TRÓPICO
José Fernando Pontes Soares Filho (conferencista); Hidenburgo Lemos (comentador)
A Universidade Federal de Pernambuco, através de um órgão de pesquisa e debates, de linhas, profundamente inovadoras, que é o Seminário Tannenbaum, adaptado, e enriquecido mesmo, pela experiência de Gilberto Freyre à nossa realidade, vem há anos, realizando um trabalho científico pioneiro, possivelmente, no mundo inteiro, que é o estudo sistemático do trópico nas suas correlações com o universo cultural. Já existe toda uma extraordinária contribuição compendiada na série de anais que vem publicando, pondo, assim, à disposição dos interessados, o resultado dos seus esforços.

Não se pense, porém, que o Seminário seja mais um palco para a retórica universitária ou acadêmica, no que isso tenha de mais detestável no seu dogmatismo ou suficiência. Trata-se de um centro vivo de discussão, marcado pela nobreza do pensamento livre, na sua melhor expressão criadora. E que ali à sua indagação intelectual um profundo senso realístico. Deste modo tem analisado, só para exemplificar, temas como habitação, vestuário, lazer, arquitetura, educação, economia, demografia e inúmeros outros nas suas interrelações desafiantes com o trópico. Acrescente-se a isso a participação no debate de economistas, sociólogos, historiadores, humanistas, físicos, biólogos, educadores, jornalistas e ter-se-á uma idéia das coordenadas e seriedade da discussão. O Seminário de Tropicologia assinala uma das mais altas contribuições de Gilberto Freyre ao estudo da nossa realidade e ao deciframento da aventura humana no espaço tropical.

Uma observação pessimista, entretanto, não pode deixar de ser registrada. Nossos altos escalões administrativos possuem órgãos e asses-sorias culturais. Também, os poderes legislativos se interessam, aparentemente, por essa temática. Jamais se observou, ao que parece, a presença de qualquer assessoria dos mesmos, acompanhando os debates do Seminário. É como se ele e toda a extraordinária gama de suas sugestões inexistissem. O poder, entre nós, nasceu perfeito, como Minerva, da cabeça de Júpiter. Dilapida-se, assim, a riqueza de um esforço sério e impressionante. Possivelmente, se a contribuição do Seminário nos chegasse traduzida de alguma língua imperial, outro seria seu destino e sua glória. Potyguar Mattos
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