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[DVD] Filme: Poeira de Estrelas - 1948

Título: Poeira de Estrelas
Gênero: Drama Musical
Lançamento: 1948
País: Brasil
Direção: Moacyr Fenelon
Roteiro: Arnaldo de Farias
Produção: Cinédia
Cine Produções Moacyr Fenelon
Elenco: Lourdinha Bittencourt, Emilinha Borba, Colé Santana, Celeste Aída, Darcy Cazarré, Ênio Santos, Valery Martins, Duarte de Moraes, Carlos Barbosa

DVD - PeB






INFO:
Moacir Fenelon de Miranda Henriques interessado desde garoto pelos problemas do rádio e das gravações, formou-se nos Estados Unidos como técnico de som. Consta que escreveu sobre o assunto em revistas de São Paulo, onde se mudou após ser contratado como técnico das gravadoras de discos Columbia e Parlaphan. Com a invenção do cinema sonoro, Luiz de Barros realizou uma experiência por cópia do processo Vitaphone (gravação do som em disco) na comédia ''Acabaram-se os Otários'', filmada em São Paulo. O filme é considerado a primeira produção falada no Brasil. Segundo Luiz de Barros, em depoimentos feitos em 1929, Fenelon trabalhava numa loja de rádios da Rua Direita, sendo contratado por ele para acompanhar as instalações de amplificadores nos cinemas que exibiam o filme sonorizado brasileiro. Esse é o único crédito que ele dá a Fenelon. Para Wallace Downey, que era diretor artístico da Columbia, Fenelon fez a gravação em disco de ''Coisas Nossas'', em 1931. Lançado em novembro daquele ano no luxuoso Cine Rosário, o filme foi um sucesso.

Quando Downey montou a Waldow Filmes no Rio de Janeiro em 1934, Fenelon foi chamado para trabalhar como técnico de som a partir de ''Estudantes'' (1935), já pelo processo Movietone, com o som impresso na película. No ano seguinte, Fenelon desligou-se da Waldow, passando para a Sonoarte como diretor técnico. A empresa era especializada na realização de gravação, regravação, cópia, dublagem e sincronização. Quando Byington e Downey fundaram a produtora Sonofilms, Fenelon foi chamado para ser o técnico de som da nova firma.

Entre 1936 e 1941 realizou a gravação de vários filmes, como ''João Ninguém'', ''Banana da Terra'', ''Futebol e Família'' e ''Aves Sem Ninho''. ele também foi encarregado da dublagem dos filmes de Walt Disney, como ''Branca de Neve e os Sete Anões'' e ''Pinóquio''.

Sua estréia na direção aconteceu em 1940 com ''O Simpático Jeremias'', uma comédia tirada do fecundo autor teatral Gastão Tojeiro. A produção era da Sonofilms. A grande virada na sua vida ocorreu com a idéia da criação Atlântida. Vivia-se um momento de estagnação entre as grandes companhias cariocas: a Cinédia estava quase paralisada; a Sonofilms tinha sofrido um incêndio; e a Brasil Vita Filmes enfrentava problemas com a produção de ''Inconfidência Mineira'', iniciada em 1936.

No início, a Atlântida foi pensada numa sociedade por cotas. Com a dificuldade de levar a cabo sozinho o empreendimento, ele se aproximou dos irmãos Burle, tendo conhecido José Carlos Burle em 1936, quando realizou a sonorização de ''Maria Bonita'', de Julien Mandel. Paulo Burle
tinha fortes ligações com o conde Pereira Carneiro, dono do Jornal do Brasil. Com a associação, fundou-se a Atlântida Empresa Cinematográfica do Brasil S. A., em setembro de 1941, ficando Fenelon com o cargo de superintendente.

A sede foi instalada no prédio do Jornal do Brasil, na Avenida Rio Branco. A produção inicial foi de cinejornais, que tiveram uma longa vida nos cinemas brasileiros. O primeiro projeto de longa-metragem de ficção só se materializou em 1943 com ''Moleque Tião''. A direção foi de Burle, e a Fenelon coube a direção de produção.

Seu primeiro filme na produtora foi ''É Proibido Sonhar'', também de 1943, um fracasso de bilheteria. Seguiram-se ''Gente Honesta'', ''Vidas Solidárias'', ''Fantasma por Acaso'' e Sob a Luz do Meu Bairro''. Fenelon era partidário da produção contínua, pois achava que os filmes de grande bilheteria cobririam o déficit gerado pelos fracassos. A sua idéia era a produção de filmes mais engajados enquanto outros diretores da Atlântida realizavam chanchadas.

Em 1946, o crítico Pedro Lima escreveu que, com o roteirista Arnaldo Farias, Fenelon tinha realizado dois filmes de ''fundo socialista'' (''Vidas Solidárias'' e ''Sob a Luz''). A entrada de Luís Severiano Ribeiro Jr. na Atlântida, em outubro de 1947, motivou a saída do diretor da empresa. Severiano era o maior exibidor do circuito Rio de Janeiro-Nordeste-Norte do Brasil, além de ser distribuidor.

Fenelon fundou sua própria produtora, a Cine Produções Fenelon. Associando-se à Cinédia de Adhemar Gonzaga, realizou cinco co-produções: ''Poeira de Estrelas'', ''Estou Aí'', ''O Homem Que Passa'', ''Todos Por Um e Obrigado, Doutor''. Em 1950, o proprietário da rádio Continental, Rubens Berardo, entrou como sócio da Cine Produções Fenelon, surgindo da associação a produtora Flama Filmes. A Flama Filmes teria dquirido os equipamentos do norte-americano Howard Randall, que pretendia criar a Columbia Pictures do Brasil. A exibição foi assegurada com o circuito Vital Ramos de Castro, o mais popular do Rio e o maior da cidade.
O sistema de financiamento dos filmes era feito pela venda de cotas ao público. A Flama foi inaugurada com o filme ''Milagre de Amor'', em 1951, com direção de Fenelon. Além desse, Fenelon faria outros dois títulos: ''Dominó Negro'', anunciado como o primeiro policial brasileiro, com Paulo Porto e Elvira Pagã, e ''Tudo Azul'', saudado na época como uma inovação no gênero musical. Foi também produtor de ''Agulha no Palheiro'', de Alex Viany.

Fenelon fundou a Associação Brasileira de Cinema (ABC) em 1949. Foi presidente do Sindicato Nacional da Indústria Cinematográfica (1952) e presidente do I Congresso Nacional do
Cinema Brasileiro, realizado no Rio de Janeiro em 1952.
(Enciclopédia do Cinema Brasileiro)


























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