Título: O País dos Tenentes
Gênero: Drama Histórico
Lançamento: 1987
Pais: Brasil
Duração: 85 min.
Direção: João Batista de Andrade
Música: Almeida Prado
Fotografia: Adrian Cooper
Elenco: Paulo Autran, Carlos Gregório, Ricardo Petraglia, Cássia Kiss, Buza Ferraz, Giulia Gam, Antônio Petrin, Antonio Freire, Flávio Antônio, Leon Cakoff, Paulo Gorgulho, Benjamin Cattan, Cândido Damm, Lorival Pariz
INFO:
Um general da reserva, no dia em que é homenageado por uma multinacional, entra em uma crise pessoal e começa a rememorar suas participações nas revoluções de inspiração tenentista. Uma trajetória que coincide com os 60 anos de vida política brasileira. Isolado em sua casa de campo, já cercada pela avanço da zona periférica, vive com suas lembranças, momentos dramáticos decorrentes da violência e da crise social atual. Aparecem as traições, os ideais frustrados e as divergências políticas entre os tenentes. O Filme remonta o ambiente vivido pelos “tenentes” no movimento tenentista no inicio do século XX, tomando como base à vida de um General que teria participado do movimento, apesar de ser um personagem fictício o General Guilherme é colocado no filme como um participante atuante dos primeiros atos dos tenentes. O primeiro acontecimento evidenciado no filme foi a revolta dos 18 do Forte, revolta esta que e eclodiu no Forte de Copacabana em 05 de julho de 1922, no inicio da revolta eram vários jovens tenentes envolvidos no ato, porem após alguns bombardeios e pelo apelo do governo a maioria dos rebelados se entregaram, restando apenas 17 militares e um civil. A frustração do General “Gui” era pelo fato dele ter participado do movimento e ter visto que tomou a decisão que o afastava da ideologia que deu origem à revolta. A critica primordial dos “tenentes” era a oposição aos governantes atuais, liderados pelas poderosas oligarquias regionais que liderava a política republicana, e também as mas condições do exercito bem como o rumo educacional que estava sendo imputado aos alunos militares, um ensino basicamente militar descontextualizado da diversidade da escola positivista, que segundo eles afastava os militares das questões sociais e políticas, tratando apenas de formar militares profissionais, e também buscavam melhorias sociais para o povo encontrando um maior apóio nas classes urbanas, pelo descontentamento delas com a situação atual na política oligárquica. Fica evidente então que o movimento teve um caráter elitista, pela ausência do povo, e foi justamente isto que frustrou alguns dirigentes do movimento, pois a revolta não conseguiu tirar de circulação política dominantes os velhos elementos da velha oligarquia. No filme o ápice do movimento foi com a entrada de Luis Carlos Prestes, com incursões pelo interior do pais com propósito de levar a idéia do movimento tenentista aos lugares mais distantes do Brasil, mostrando no filme uma distribuição de um jornal e dificuldade em lidar com as lideranças dos moradores do interior e a intervenção dos coronéis, pois estes últimos tinham interesses que os colocavam em confronto com a “coluna” devido o fato dos coronéis serem representantes das fortes oligarquias. É bastante notória também a questão da heterogeneidade do movimento,pois nas próprias fileiras da revolução havia ideologias diferentes, que também é retratado no filme onde foi relatado que havia uma ala mais radical, inconformada com os rumos da “revolução” e principalmente com o posicionamento omisso do alto escalão do exercito, e outra ala mais moderado com discursos reformistas.
1987 - Festival de Brasília: melhor ator (Paulo Autran), melhor roteiro (João Batista de Andrade), melhor direção de arte (Marcos Weinstock), melhor trilha sonora e melhor montagem
1987 - Festival de Cinema de Fortaleza: Troféu Iracema
1988 - Prêmio Air France: melhor ator (Paulo Autran)1988 - Rio Cine Festival: melhor filme, melhor cenografia e melhor edição de som1988 - Prêmio Governador do Estado de São Paulo: melhor roteiro, melhor direção de arte e melhor trilha sonora.