Gênero: Drama Literário
Duração: 71 minutos
Lançamento: 1995
País: Brasil
Roteiro: Lygia Fagundes Telles
Direção: Emiliano Ribeiro
Elenco: Adriana Esteves, Drica Moraes, Cláudia Liz, Otávio Augusto, Walney Costa, Sônia de Paula, Esther Góes
DVD - COR
Adaptação da obra de Lygia Fagundes Telles.
INFO:
A intriga de As Meninas transcorre em época aguda da vida política e cultural, no período mais violento da repressão e da resposta armada contra os militares. O golpe militar de 1964 se inspirara no projeto de um Brasil moderno e capitalista, liberal, tecnológico. Inversamente, o governo então deposto havia-se inspirado num projeto democrático e nacionalista, escorado na participação das massas trabalhadoras e das associações de classe. Houve perseguições e mortes. Houve prisões e exílios. Houve muita censura por toda parte. Esse clima, de medo e espera, se estendeu pelos anos 70 e 80 e só começou a arrefecer durante o último governo militar. De qualquer forma, tivemos, de um lado, toda uma atuação clandestina que confluía para o terrorismo, e, do lado oposto, uma violenta repressão por parte das autoridades. Entre esses dois pólos, amordaçada, sofria a sociedade brasileira. E, debaixo desse jogo de forças, foram crescendo e se consolidando formas que iam minando a sociedade, como o desamparo da educação, o tráfico de drogas, o contrabando, a corrupção das elites e a base de toda a criminalidade urbana que tão bem conhecemos hoje.
A história é ambientada nos anos da ditadura apesar de ser filmado nos anos 90, sendo o visual das garotaas uma combinação de modismos de época muito interessante, o filme conta a trajetória de três garotas: Lorena, Lia e Ana Clara, cada uma com um passado e traumas próprios, uma é milionária, outra comunista a outra uma modelo decadente e viciada em drogas, elas se encontram num pensionato de freiras, o ponto alto do filme é a libertação do namorado da garota comunista que foi preso e torturado e agora pretendem embarcar para a Africa, mas a história das três se amarra e garante um final surpreendente...
Sobre Lygia Fagundes Telles...
Nascida em São Paulo, no bairro de Santa Cecília, em 19 de abril de 1923, Lygia Fagundes Telles foi a terceira mulher a tomar posse na Academia Brasileira de Letras. Eleita em 24 de outubro de 1985 para suceder Pedro Calmon, a escritora tomou posse em 12 de maio de 1987 e ocupa a cadeira número 16.
Engajada politicamente, a escritora sempre deixou clara a sua preocupação em relação às questões políticas e sociais e ao papel do escritor enquanto formador de opinião. Sobre o ato do escritor de escrever sobre seu tempo, Lygia Fagundes Telles, em entrevista à revista Cult, de junho de 1999, diz:
Sobre Lygia Fagundes Telles...
Nascida em São Paulo, no bairro de Santa Cecília, em 19 de abril de 1923, Lygia Fagundes Telles foi a terceira mulher a tomar posse na Academia Brasileira de Letras. Eleita em 24 de outubro de 1985 para suceder Pedro Calmon, a escritora tomou posse em 12 de maio de 1987 e ocupa a cadeira número 16.
Engajada politicamente, a escritora sempre deixou clara a sua preocupação em relação às questões políticas e sociais e ao papel do escritor enquanto formador de opinião. Sobre o ato do escritor de escrever sobre seu tempo, Lygia Fagundes Telles, em entrevista à revista Cult, de junho de 1999, diz:
“Antes de mais nada, eu queria dizer que acho intolerável conviver com estas estatísticas que dizem que há três milhões de crianças sem escola, cavando, plantando para levar uma miserável contribuição para a família (...). Acho isso intolerável. Assim, espero que se faça justiça ao grupo de escritores – alguns, da minha geração – que participou de verdadeiras cruzadas em favor da educação e da cultura. (...) Sim, existe um certo silêncio de perplexidade, como se nos faltasse o chão. Mas e o silêncio dos políticos que falam, falam e não dizem? Que se faça justiça a esse grupo do qual participei, foi um alerta. Era como se estivéssemos adivinhando o que iria acontecer, a violência e a boçalidade desse país nascem da ignorância. (...) Machado de Assis, aquele gênio mestiço que veio do morro, costumava dizer que o nosso povo, o povo real, o povo verdadeiro, esse era bom. Perigoso era o chamado oficial... Creio que sempre tive essa preocupação ética, a difícil condição humana num planeta enfermo.”
Em As Meninas, seu terceiro romance, escrito no final da década de 1960 – período mais violento da ditadura militar – e publicado em 1973, Lygia Fagundes Telles nos apresenta a história de três moças que se conhecem num pensionato, Lorena, Lia e Ana Clara. Em meio às vivências, objetivas e subjetivas das personagens, a autora apresenta relatos de tortura física e de violenta repressão, retratos fiéis da época. As meninas foi premiado com o prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, e na categoria 'Ficção' da Associação Paulista de Críticos de Arte.