Gênero: Comédia/Drama
Duração: 92 minutos
Lançamento: 1985
País: Brasil
Direção e roteiro:Julio Bressane
Roteiro e adaptação: Antonio Medina
Elenco: Karen Acioly, Ankito, Hélio Ary, Renato Borghi, Regina Casé, Ariel Coelho, Martim Francisco, Maria Gladys, Wilson Grey, Luiz Fernando Guimarães...
Adaptação da obra de Machado de Assis.
INFO:
Brás Cubas é uma adaptação da obra Memórias póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis.
De incomensurável importancia à literatura brasileira, esta obra deu inicio ao realismo brasileiro e influênciou tudo o que veio depois. Esta é uma adaptação com caráter estético bem ousado, característica forte dos filmes de Julio Bressane, que caiu muito bem nos relatos dos amores e desamores, contados por Brás Cubas após sua morte, quando o defunto cansado do marasmo do além resolve relembrar e analisar sua vida, com sarcásmo e ironia, relembra e analisa sua infância, juventude e principalmente sua tão estimada vida amorosa repleta de relacionamentos com mulheres que tanto amou. Esta foi a obra brasileira que melhor ilustrou a tendência do "leitor incluso", e a adaptação mantém esta tendencia, com os convites que Brás Cubas faz aos telespectadores, instigando-os à melhor conhecer sua vida passada.
“Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia – algumas vezes gemendo –, mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: – Cala a boca, besta!”
Trecho do livro
Esta é a segunda adaptação da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas para o cinema, sendo as ourtras:
1967 - Viagem ao Fim do Mundo - de Fernando Cony Campos (em tom experimental)
2001 - Memórias Póstumas - André Klotzel (a adaptação mais fiel)