Título: O Cortiço
Gênero: Drama Literário
Duração: 110min
Lançamento: 1978
País: Brasil
Direção: Francisco Ramalho Jr.
Elenco: Mário Gomes, Betty Faria, Armando Bogus, Maria Alves, Maurício do Valle
DVD - Colorido
Adaptação da obra de Aluísio Azevedo
INFO:
O Cortiço foi publicado em 1890 por Aluísio Azevedo.
É um marco do Naturalismo no Brasil, onde os personagens principais são os moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, precursor das favelas, onde moram os excluídos, os humildes, todos aqueles que não se misturavam com a burguesia, e todos eles possuindo os seus problemas e vícios, decorrentes do meio em que vivem.
O autor descreve a sociedade brasileira da época, formada pelos portugueses, os burgueses, os negros e os mulatos, pessoas querendo mais e mais dinheiro e poder, pensando em si só, ao mesmo tempo em que presenciam a miséria, ou mesmo a simplicidade de outros.
Essa obra de Aluísio Azevedo tem dois elementos importantes: primeiro, o extensivo uso de zoomorfismo; e, segundo, cria um microcosmo (Que é o cortiço do título). O cortiço também é ostensivamente personificado no decorrer da obra, sendo muitas vezes tratado como um único personagem ("Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.", capítulo III).
Embalado pela onda científica, Aluísio escreve 'O Cortiço' sob as bases do determinismo (o meio, o lugar, e o momento influenciam o ser humano) e do darwinismo, com a teoria do evolucionismo. Sob aspectos naturalistas, isto é, sob olhar científico, a narração se desenvolve em meio a insalubridade do cortiço, propício à promiscuidade, característica do naturalismo. Ao contrário do que se desenvolvia no romantismo, Aluísio descreve o coletivo, explicitando a animalização do ser humano, movido pelo instinto e o desejo sexual, onde inaugura uma classe nunca antes representada: o proletário, evidenciando a desigualdade social vivenciada pelo Brasil, juntamente com a ambição do capitalismo selvagem.
Foi a primeira obra a expor um relacionamento lésbico.
Foi Fielmente adaptado para o Cinema em 1978, com a participação de Betty Faria no elenco.
Matriz de DVD remasterizado.
Sobre Aluísio Azevedo...
Fundou a cadeira número quatro da Academia Brasileira de Letras
Foi o responsável por inaugurar a estética naturalista no Brasil com o romance "O mulato" (1881). Influenciado por Émile Zola, Através de uma ótica naturalista, capta a mediocridade da rotina, os sestros e mesmo as taras do indivíduo, uma opção contrária dos românticos que o precederam.
Era filho do português David Gonçalves de Azevedo e de Emília Amália Pinto de Magalhães. Seu pai era viúvo e a mãe era separada do marido, algo que configurava grande escândalo na sociedade da época. Foi irmão do dramaturgo e jornalista Artur Azevedo.
Desde cedo dedicou-se ao desenho através de caricaturas e à pintura. Em 1876 viaja ao Rio de Janeiro, a fim de estudar Belas Artes, obtendo desde então sustento com seus desenhos para jornais.
Com o falecimento do pai em 1879, volta para o Maranhão, onde começa finalmente a escrever. E em 1881, publica O Mulato, obra que choca a sociedade pela sua forma crua ao desnudar a questão racial. O autor já era abolicionista convicto.
O sucesso desta habilita-o a voltar para a Capital do Império, onde escreve incessantemente novos romances, contos, crônicas e até peças teatrais.
Sua obra é vista como irregular por diversos críticos, uma vez que oscilava entre o Romantismo açucarado, com cunho comercial e direcionado ao grande público, e outras mais elaboradas, pois deixava a sua marca de grande escritor naturalista.
Feito diplomata, em 1895, serve em diversos países, inclusive o Japão. Chega finalmente, em 1910, a Buenos Aires, cidade onde veio a falecer menos de três anos depois.
Bibliografia de Aluízio Azevedo
1880 Uma Lágrima de Mulher
1881 O Mulato
1882 Mistério da Tijuca ou Girândola de amores
1882 Memórias de Um Condenado ou Condessa Vésper
1884 Casa de Pensão
1884 Filomena Borges
1887 O homem, novela
1890 O Cortiço, novela
1890 O coruja, novela
1894 A Mortalha de Alzira
1895 Demônios
1895 O livro de uma sogra
1984 O Japão